Desde criança, Gabriela Natalia da Silva tinha uma enorme curiosidade por sexo. Nascida em Pirassununga, interior de São Paulo, ficava encantada quando via peitos à mostra nos desfiles de Carnaval pela TV.
Perdeu a virgindade aos 11, com um homem de 30 que conheceu pela internet. Ele não estava bem com aquilo, por ele, ele não teria feito, fui eu que pressionei, afirma. Aos 17, decidiu cobrar por aquilo que já fazia de graça. Foi natural para mim.
O codinome Lola Benvenutti virou seu nome de guerra e, a partir de um blog, começou a chamar a atenção das pessoas da pequena cidade, que voltaram as atenções e os julgamentos aos pais, um ex-militar e uma enfermeira.
Lola estudou em bons colégios, passou na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e se formou em letras aos 20 anos, mas escolheu seguir na profissão mais antiga do mundo a despeito dos problemas que ela própria e sua família ganharam com a decisão. Anos depois viraria mestrando em Educação Sexual pela mesma universidade.
Hoje, aos 27, mora no apartamento próprio (fruto do seu trabalho como acompanhante de luxo) no bairro dos Jardins, em São Paulo (está comprando um segundo apartamento) e, em 2014 lançou um livro sobre sua história, "O Prazer é Todo Nosso", e em 2017 lançou seu segundo livro "Por que os homens me procuram" que está na mira de alguns diretores interessados na adaptação para o teatro e para o cinema.
Em entrevista exclusiva ao Terra, ela rejeita a comparação com Bruna Surfistinha e a fantasia acerca da profissão. Sou uma em um milhão, sou privilegiada. A realidade nem sempre é tão bonita quanto eu vivo.
Também foge dos estereótipos. Vestida com um look romântico - calça preta, camisa florida e blazer pêssego, além de brincos de pérola -, encara o trabalho com delicadeza. Eu vejo de uma maneira muito romântica talvez, muito delicada.
Tive uma infância ótima, como qualquer criança, nunca tive nenhum trauma e vivo bem minha vida, sem dever nada a ninguém.